Para onde caminha essa geração?
Iniciamos o mês de agosto com a trágica notícia da morte de Lucas Santos, um adolescente de apenas dezesseis anos de idade. Este garoto tirou a própria vida dias depois de publicar um vídeo no TikTok e este não ter alcançado as expectativas do rapaz. De acordo com a mãe de Lucas, ele fez o vídeo em tom de brincadeira e queria que as pessoas curtissem e levassem na brincadeira também, mas o rapaz recebeu vários comentários contrários à essa expectativa, “as pessoas não acharam engraçado”, relata a mãe aos noticiários.
Após a repercussão negativa, o adolescente chegou a gravar um novo vídeo explicando a brincadeira. No novo vídeo ele explicita suas motivações em relação à postagem que causou polêmica, feita com um amigo. Ele diz: “‘pô, por que eu não posto no TikTok, ganho umas 500 visualizações e a gente tira onda um do outro?’. E acabou que 500 visualizações foram pra 1 mil, que foram para 10 mil… O que veio na minha cabeça foi: isso é muito bom”.
A psicóloga especialista em saúde mental Thaís Alves explica que tirar a própria vida está entre as cinco causas de morte com maior ocorrência em todo o mundo. Esta triste notícia precisa ser um alerta para nossa juventude, para essa geração! Uma reflexão sobre o comportamento diante das novas realidades virtuais é de suma importância para entendermos porque a atual geração tem sofrido cada vez mais com ansiedade e depressão.
Precisamos, como cristãos, lamentar notícias como essas bem como a atitude agressiva do “tribunal da internet”, mas não podemos permanecer silentes em relação à maneira como nossos jovens e adolescentes tem escolhido viver. A crescente necessidade de exposição, de curtidas e likes tem se tornado a doença do século! Essa geração tem caminhado para uma postura doentia em que eles são a medida de todas as coisas e tudo precisa girar em torno desse autorreferente.
Quando lemos o relato profético em 2 Timóteo 3: 1-5 encontramos uma descrição mais que fiel da condição social de nossa geração. Nos textos temos relatado que os últimos dias seriam tempos difíceis, em que as pessoas só amariam a si mesmas (autorreferentes), não teriam autocontrole, seriam imprudentes e cheias de si. Em outras palavras, a geração dos últimos dias estaria voltada para si mesma, julgando-se no centro do mundo e essa postura é espelhada nas redes sociais de forma cada vez mais intensa.
Qual seria o remédio para tal doença? O final do capítulo 3 de 2 Timóteo traz o segredo: “Toda a escritura é inspirada por Deus e útil para nos ensinar o que é verdadeiro e para nos fazer perceber o que não está em ordem em nossa vida. Ela nos corrige quando erramos e nos ensina a fazer o que é certo. Deus a usa para preparar e capacitar seu povo para toda boa obra” (versos16 e 17 – versão NVT).
Em um mundo onde o relativismo tem ganhado espaço até nos púlpitos, precisamos despertar e alertar nossa juventude que o caminho seguro é ir na contramão desse mundo. É desviar os olhos de si mesmos, de sua suposta verdade, para a verdade única e absoluta contida na Palavra de Deus. Ela é o instrumento que colocará em ordem o que em nossa vida precisa de ajuste, conserto. Ela nos fará maduros o suficiente para lidar com os contrários, com a correção e até mesmo com comentários que nos ofendem.
A irmã White alertou sobre a conduta dos jovens ainda em um tempo onde não havia internet e frisou: “A elevação ou decadência do futuro da sociedade serão determinadas pelos costumes e a moral da juventude que cresce ao nosso redor. Como a juventude é educada e como é moldado seu caráter na infância em hábitos virtuosos, domínio próprio e temperança, assim será sua influência na sociedade” Pacific Health Journal, junho de 1890.
Se não cuidarmos da moral de nossa juventude, se os jovens que leem este texto não fizerem firme oposição à onda degradante e imoral que está afogando nossa sociedade, não precisaremos que Jesus volte, pois não teremos um mundo habitável nem uma igreja preparada para recebê-lo. Que Deus nos alcance em sua misericórdia e que possamos orar com mais convicção o trecho da oração modelo: “livrai-nos do mal”.
Yolanda Sousa