E viva o Flamengo
E viva o flamengo!
Na última semana o Brasil e o mundo, em especial a torcida do clube de regatas, Flamengo, viveram momentos de expectativa e euforia que há muito não se via. Após 38 anos, o Flamengo conquistou novamente a taça Libertadores da América ao bater de virada (por 2 a 1) o River Plate na tarde do dia 23 de novembro do corrente ano. Os preparativos para a grande final no estádio Monumental de Lima, no Peru, foram de impressionar qualquer um: caravanas de diversos lugares do Brasil, busca frenética por passagens aéreas, férias antecipadas de centenas de funcionários da área privada, saques de economias feitas há anos, dentre outras medidas desesperadas, tudo para acompanhar a grande final do time do coração.
Diante do cenário comumente observado ao redor e também nas redes, quero te convidar a uma reflexão que julgo oportuna neste momento. Inúmeras vezes tenho dito aos que convivem próximo a mim que estamos vivendo a fase mais trágica do evangelho. Sim! Nunca se observou tão catastrófica inversão de valores quanto a que está patente aos nossos olhos. Uma degradação dos valores primários da vida. Gostaria de iniciar analisando os efeitos catastróficos sobre a família. Não é exagero dizer que o “Flamengo” tem sido mais importante que a família. Os valores foram, um a um, invertidos. Uma prova desse desequilíbrio foi claramente exposta por um torcedor de Floripa que concedeu entrevista a uma rádio local: “Todo investimento e esforço vão valer a pena! Para torcer pelo Flamengo a gente vai aonde precisar ir! É um momento único que o Flamengo está vivendo”. Percebemos nas palavras desse torcedor, sentimentos que raramente se enxerga quando se refere à família. Filhos abandonados, crianças sobrevivendo sem a torcida de seus pais, ainda outros correndo no estádio da vida, distantes dos olhos dos seus genitores, enquanto as arquibancadas também da vida, outrora repletas de pais que torciam pelo sucesso dos filhos e que comemoravam suas conquistas, insistem agora em permanecer vazias. Quantos lares sem os gritos de alegria, sem emoção ou vibrações, tudo porque os polos estão trocados. E quanto as nossas atitudes para com o próximo? Esses mesmos valores vão para mais distante ainda. Muitos têm disposição em fazer viagens com generosos investimentos para estarem perto do time querido, mas lhes faltam coragem e alma para atender ao que bate às portas em busca de algo com o que saciar dolorosa fome. É mais conveniente pagar quinhentos reais em um ingresso do que se permitir comprar uma sacola de pão a um faminto.
Por fim, quero falar da nossa relação com Deus. Posso afirmar sem parecer negativo demais que neste ponto caímos em um abismo. Nele, o lugar mais profundo ainda não é o final. É um abismo onde milhões se perderam, não só deixando Deus em segundo plano, mas, deliberadamente, esquecendo-se dEle. Notadamente aplicamos nossos mais vitais esforços, energia e emoções em coisas, e não em Deus. Para ser mais didático trouxe outro exemplo real de um torcedor: “Eu tive o prazer de abrir o site, meu dedo tremia na hora de apertar o ‘ok’. Na hora de apertar o ‘compre agora’ eu estava muito tenso. No momento que eu comprei eu estava no Uber e aí eu falei com o cara: ‘sabe o que eu acabei de fazer? Eu acabei de comprar o ingresso para o jogo do Flamengo’. Nossa! Nós dois curtimos pra caramba, ele falou ‘que maneiro isso!’ e ficou felizão por mim também”.
As palavras de Paulo na segunda carta a Timóteo, nunca foram tão pertinentes a um tempo quanto o são agora: os homens são mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus. Lotam estádios, enquanto igrejas permanecem vazias. Caros ingressos são subitamente esgotados, enquanto poltronas que oferecem a oportunidade de um encontro com a mais pura, nobre e transformadora paz, e cujo preço já foi pago, estão sempre vagas. A música oficial do time do coração é cantada por duas horas seguidas nos estádios, e nas igrejas os louvores são decorados. Vazios de amor e emoção.
O profeta Oséias já havia profetizado sobre essa atitude insana do homem. Em seu livro, declara que Israel havia se esquecido do seu Criador. As coisas da vida tomaram a proporção que é devida somente a Deus, mas parece que estamos dormindo profundamente o sono do perigo. Precisamos despertar, pois estamos às vésperas da grande final entre o bem e o mal. Nesse jogo, só há uma chance. Perder nele configura perder-se eternamente. Só seremos vencedores, dignos de levantar a taça, se os valores não estiverem invertidos. Se amarmos a Deus acima de todas as coisas, com toda a nossa alma e com todo o nosso coração.
Que a nossa vontade de Deus seja cada vez mais intensa e empolgante. E que as nossas energias e sentimentos sejam direcionados primeiramente Àquele que é o maior, o mais querido e o mais poderoso – Deus.
Pr. Roosevelt Jr.